Assunto: Distúrbio hipocondríaco
Você acredita que suas preocupações com sua saúde o protegem.
Você evita lugares, pessoas e coisas que o lembrem de doenças.
Algumas pessoas com ansiedade médica tendem a evitar certas coisas. Elas podem evitar pessoas doentes (“Eu não quero pegar a doença dele”), lugares (hospitais) e coisas (filmes ou programas de TV que tratem de saúde). Algumas pessoas com ansiedade médica chegam a evitar ir ao médico porque têm medo de descobrir alguma doença.
Você procura por informações sobre doenças.
Você pode acabar se apaixonando pelo Google de tanto que procura sintomas e doenças nele. Quando foi a última vez em que você procurou informações sobre alguma doença ou sintomas com a idéia fixa de que você ia encontrar um artigo que relatasse exatamente o que você sente? É claro que se você procurar por “câncer” você vai encontrar incontáveis artigos com milhões de sintomas descritos. Mas sua pesquisa é parcial e desequilibrada. O que só aumenta sua ansiedade.
Mudando sua ansiedade médica
1. Quanto sua ansiedade médica custa pra você?
Pense em como suas preocupações sobre sua saúde afetam sua vida. Você está perdendo um tempo in contável se preocupando? Você não consegue aproveitar a vida direito? Você está deixando as pessoas próximas a você malucas com tantos médicos, exames e pesquisas? Você está se tornando depressivo por viver em um mundo de ameaças e pessimismo? Você está gastando dinheiro demais com médicos?
2. Seja prudente.
Antes de começar a pensar em mudar sua ansiedade médica, pense em ser prudente ao invés de ser obsessivo. Não desista dos médicos ou de seus remédios. Você também não pode substituir cuidados médicos apropriados por “pensamento positivo”. Faça check-ups regulares e tome a medicação receitada. Se suas condições forem difíceis e dramáticas, procure por ajuda médica. Mas pense se sua preocupação, sua busca por garantias, autodiagnósticos e outras atitudes não estão prejudicando sua vida. Se estão, sua ansiedade médica não é prudente, é obsessiva.
3. Elimine comportamentos de segurança.
Há um monte de superstições que você faz acreditando que elas o manterão são e salvo. Você pode examinar sua própria pele, passar a mão, esfregar ou até beliscar partes do seu corpo; buscar garantias restringindo o que você come – tudo para sua própria segurança. Considere se essas não são apenas superstições comportamentais e, se forem, elimine-as. Enquanto você estiver “viciado” nesse tipo de comportamento, você manterá sua ansiedade médica.
4. Pare de procurar informações.
Pense nas horas que você gasta ficando ainda mais ansioso por procurar por pistas e evidências de sua doença terrível. Considere eliminar de sua vida essa incessante busca por “confirmação” parando de procurar informações na internet.
5.Aceite a incerteza.
Como com todas as preocupações, você acha que se preocupar e ruminar vão eliminar as suas incertezas. Mas não há certeza neste mundo incerto. Considere aceitar a incerteza como parte da vida. Desistir da certeza é uma parte importante no processo de recuperar sua vida.
6. Defina um tempo para as preocupações.
Eu já discuti isso em outros blogs (Make an appointment with your worries), mas é uma técnica útil. Defina um tempo específico do seu dia para as suas preocupações médicas (por exemplo, 16h30) e adie essas preocupações até esse horário. Você descobrirá que até esse horário, muitas delas já nem farão sentido mais.
7. Entedie-se.
Não há nada como o tédio para nos livrarmos da ansiedade. Pegue seu temido pensamento: “Posso estar com câncer” e repita-o vagarosamente por 20 vezes. BEM devagar. Você vai perceber que isso o entediou tanto que na próxima vez em que esse pensamento surgir, você ficará entediado de cara.
Milhões de pessoas vivem com o receio constante de que elas têm ou terão alguma doença gravíssima. Elas se focam nos “sintomas”, que geralmente são pequenas diferenças do estado normal saudável. Uma dor de cabeça é interpretada como um tumor no cérebro, indigestão é um sinal de ataque cardíaco, fadiga é um sinal claro de câncer. Pessoas hipocondríacas vão ao médico muito mais que o necessário, pesquisam sobre doenças no Google, fuçam sites médicos para ler artigos sobre suas doenças, checam sua pele em lentes de aumento, pedem por garantias o tempo todo, rezam pedindo a Deus para não morrerem e vivem em constante preocupação por causa de algo que elas na verdade não têm. Essas pessoas são bastante conhecidas na comunidade médica como “consumidores de médicos”, indo de um médico a outro. Quando o primeiro médico diz: “Eu não encontrei nada de errado com você”, elas procuram por segundas e terceiras opiniões. Nada as satisfará.
Eu vejo esse tipo de comportamento como ansiedade médica ou preocupações médicas. Em meu livro Como lidar com as preocupações (The worry cure) eu discuto uma série de maneiras de lidar com a ansiedade, incluindo a ansiedade médica. Vamos dar uma pequena olhada no que leva as pessoas a terem esse tipo de ansiedade e o que é possível fazer para mudar isso.
O que motiva esse tipo de preocupação?
Obviamente, há um fundo de verdade nisso. Se você não fizer check-ups regulares, pode deixar passar alguma coisa. Pessoas com ansiedade médica acreditam que seus check-ups e exames constantes eles manterão a guarda alta – assim, será possível descobrir a doença antes que seja tarde demais. A pergunta é, naturalmente, quanto ao equilíbrio. O que é prudente e o que é obsessivo? Se você tem uma longa história de alarmes falsos; “consumir médicos”, buscar compulsivamente por garantias e preocupação demasiada não vai ajudá-lo – mas, sim, prejudicá-lo.
Você tem idéias perfeccionistas sobre a saúde e as funções do corpo.
Ao invés de ver seu corpo como uma variável que pode apresentar desconforto ocasional (dores, enjôos, tonturas…), você acredita que qualquer coisa abaixo de um funcionamento perfeito é um sinal de doença grave. Mas nossos corpos e nossas funções corporais não são perfeitos. Dores de cabeça geralmente não significam nada grave. Mas você tira conclusões precipitadas porque qualquer falha pode acabar em morte.
Você crê que as incertezas são catástrofes certas prestes a acontecer.
Você acha que se pode haver o mínimo de dúvida, então é sua responsabilidade continuar fazendo exames e indo a médicos. Mas a incerteza é neutra. O fato de você simplesmente não saber do que se trata não quer necessariamente dizer que será algo ruim.
Você evita lugares, pessoas e coisas que o lembrem de doenças.
Algumas pessoas com ansiedade médica tendem a evitar certas coisas. Elas podem evitar pessoas doentes (“Eu não quero pegar a doença dele”), lugares (hospitais) e coisas (filmes ou programas de TV que tratem de saúde). Algumas pessoas com ansiedade médica chegam a evitar ir ao médico porque têm medo de descobrir alguma doença.
Você procura por informações sobre doenças.
Você pode acabar se apaixonando pelo Google de tanto que procura sintomas e doenças nele. Quando foi a última vez em que você procurou informações sobre alguma doença ou sintomas com a idéia fixa de que você ia encontrar um artigo que relatasse exatamente o que você sente? É claro que se você procurar por “câncer” você vai encontrar incontáveis artigos com milhões de sintomas descritos. Mas sua pesquisa é parcial e desequilibrada. O que só aumenta sua ansiedade.
Mudando sua ansiedade médica
1. Quanto sua ansiedade médica custa pra você?
Pense em como suas preocupações sobre sua saúde afetam sua vida. Você está perdendo um tempo in contável se preocupando? Você não consegue aproveitar a vida direito? Você está deixando as pessoas próximas a você malucas com tantos médicos, exames e pesquisas? Você está se tornando depressivo por viver em um mundo de ameaças e pessimismo? Você está gastando dinheiro demais com médicos?
2. Seja prudente.
Antes de começar a pensar em mudar sua ansiedade médica, pense em ser prudente ao invés de ser obsessivo. Não desista dos médicos ou de seus remédios. Você também não pode substituir cuidados médicos apropriados por “pensamento positivo”. Faça check-ups regulares e tome a medicação receitada. Se suas condições forem difíceis e dramáticas, procure por ajuda médica. Mas pense se sua preocupação, sua busca por garantias, autodiagnósticos e outras atitudes não estão prejudicando sua vida. Se estão, sua ansiedade médica não é prudente, é obsessiva.
3. Elimine comportamentos de segurança.
Há um monte de superstições que você faz acreditando que elas o manterão são e salvo. Você pode examinar sua própria pele, passar a mão, esfregar ou até beliscar partes do seu corpo; buscar garantias restringindo o que você come – tudo para sua própria segurança. Considere se essas não são apenas superstições comportamentais e, se forem, elimine-as. Enquanto você estiver “viciado” nesse tipo de comportamento, você manterá sua ansiedade médica.
4. Pare de procurar informações.
Pense nas horas que você gasta ficando ainda mais ansioso por procurar por pistas e evidências de sua doença terrível. Considere eliminar de sua vida essa incessante busca por “confirmação” parando de procurar informações na internet.
5.Aceite a incerteza.
Como com todas as preocupações, você acha que se preocupar e ruminar vão eliminar as suas incertezas. Mas não há certeza neste mundo incerto. Considere aceitar a incerteza como parte da vida. Desistir da certeza é uma parte importante no processo de recuperar sua vida.
6. Defina um tempo para as preocupações.
Eu já discuti isso em outros blogs (Make an appointment with your worries), mas é uma técnica útil. Defina um tempo específico do seu dia para as suas preocupações médicas (por exemplo, 16h30) e adie essas preocupações até esse horário. Você descobrirá que até esse horário, muitas delas já nem farão sentido mais.
7. Entedie-se.
Não há nada como o tédio para nos livrarmos da ansiedade. Pegue seu temido pensamento: “Posso estar com câncer” e repita-o vagarosamente por 20 vezes. BEM devagar. Você vai perceber que isso o entediou tanto que na próxima vez em que esse pensamento surgir, você ficará entediado de cara.
8. Aceite a morte para viver a vida.
Ninguém sai vivo. Tentar fugir da morte significa não aproveitar a vida. Simplesmente aceite que você tem que compreender a morte como parte da vida e que se trata de algo inevitável. Pode ser triste, mas é assim que você vai dar continuidade à sua vida.
Preocupar-se com a saúde pode ser parte de ser humano. E é importante fazer check-ups regulares e ir ao médico quando se está realmente doente. Mas preocupação contínua com a saúde o proíbe de viver sua vida plenamente. Ponha as coisas em perspectiva usando algumas técnicas que podem ajudá-lo a controlar suas preocupações de modo que elas não controlem sua vida.
Robert L. Leahy, Ph.D., é o autor de The worry cure (A cura para as preocupações), Anxiety free (Livre da ansiedade) e Beat the blues (Acabe com a tristeza). É professor de psicologia clínica na Weill-Cornell Medical School e diretor do Instituto Americano de Terapia Cognitiva.
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