quinta-feira, 29 de março de 2012

MPPE 2012 / MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO




Professor: ARTUR  ATAÍDE

Pós Graduado em Educação e Matemática. Autor da Coleção Raciocínio Lógico, Artus Editora.

                                          PROGRAMA

Matemática: Conjuntos numéricos: inteiros (operações, propriedades, divisibilidade e problemas); racionais (operações nas formas fracionárias e decimais, propriedades, problemas); reais (operações com números irracionais, propriedades e problemas). Números e grandezas proporcionais. Razões e proporções. Divisão proporcional. Regra de três (simples e composta). Porcentagem. Juros simples e compostos.

Raciocínio lógico-matemático: Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios; dedução de novas informações das relações fornecidas e avaliação das condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações. Compreensão e análise da lógica de uma situação, utilizando as funções intelectuais: raciocínio verbal, raciocínio matemático, raciocínio seqüencial, orientação espacial e temporal, formação de conceitos, discriminação de elementos.

                                          CRONOGRAMA

Data / Mês
Horário
16 de abril  2012 (segunda)
19 às 22 hs
17 de abril 2012 (terça)
19 às 22 hs
21 de abril 2012 (sábado)
8 às 12 hs
22 de abril 2012 (domingo)
8 às 12 hs
24 de abril 2012 (terça)
19 às 22 hs
01 de maio 2012 (terça)
8 às 12 hs

Rua da Amizade, 54, Graças, Recife/PE
Kátia Branco
Direção CPHD NE Ltda
81-3231 0945
81-3221 8480
81-9435 7365
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MPPE 2012 / INFORMÁTICA





Professor : Carlos Hermani Quaresma de Araújo


 
                                                               PROGRAMA

Sistema operacional Microsoft Windows XP e posteriores. MS Word. MS Excel. MS Powerpoint. LibreOffice Writer. LibreOffice Calc. LibreOffice Impress.  Conceitos e serviços relacionados à Internet e a correio eletrônico. Internet Explorer e Mozilla Firefox. Noções sobre vírus de computadores e soluções de antivírus. Manuseio de equipamentos de Projeção. Noções de hardware (função e operação dos periféricos). Conceitos de Software Livre.

                                       CRONOGRAMA 

20 de abril 2012 (sexta)
18:30 às 22 hs
23 de abril 2012 (segunda)
18:30 às 22 hs
27 de abril 2012 (sexta)
18:30 às 22 hs
28 de abril 2012 (sábado)
08 às 12 hs
30 de abril 2012 (segunda)
18:30 às 22 hs
Carga horária: 20 horas
Valor: R$ 140,00


Rua da Amizade, 54, Graças, Recife/PE

Kátia Branco
Direção CPHD NE Ltda
81-3231 0945
81-3221 8480
81-9435 7365


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MINISTÉRIO PÚBLICO DE PERNAMBUCO 2012

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Professor Gilberto Lucio da Silva:Analista Ministerial em Psicologia do Ministério Público do Estado de Pernambuco e Psicólogo do Tribunal de Justiça de Pernambuco. 1o. Vice-Presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD) - Gestão 2011/2013. Membro do Grupo de Pesquisa Socius/CNPq. Autor de "Drogas - políticas e práticas", "Da família sem pais à família sem paz”

PROGRAMA
  
Dependência Química, Penas e Medidas Alternativas: Epidemiologia - uso de substâncias psicoativas no Brasil; Legislação e políticas públicas sobre drogas; Detecção do uso abusivo e diagnóstico da dependência; Intervenção psicossocial e encaminhamento; Base legal para a formação de redes de atenção comunitária e de saúde; Legislação específica para crimes de menor potencial ofensivo e intervenção multiprofissional. Penas alternativas, ressocialização e mediação de conflitos. Violência doméstica e urbana.
  
CRONOGRAMA
  

5 de maio (sábado)
    
8 às 12 e  13 às 17 hs
    
9 de maio (4ª)
    
19 às 22 hs

Inscrição: R$ 15,00
                                  Valor: R$ 100,00
  
Kátia Branco
Direção CPHD NE Ltda
81-3231 0945
81-3221 8480
81-9435 7365



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MPPE 2012 ANALISTA MINISTERIAL




Professora: Tania Guerra - Analista Judiciário – TJPE. Assistente Técnico em Psicologia. Especialização em Intervenção à Família no Judiciário – UFPE. Chefe  do Núcleo de Psicologia do Centro de Apoio Psicossocial – CAP – TJPE – 2004 a 2006. Psicóloga da Primeira Vara Especializada de Crimes contra a Criança e o Adolescente de Recife [TJPE] – 1997 a 2004. Professora de Pós-Graduação de Psicologia Jurídica. Mediadora de Conflitos. Membro do Banco de Referências da ANDI – Agência Nacional de Direitos da Infância.

PROGRAMA

  • Novas modalidades de família: estratégia de atendimento e acompanhamento.
  • Abordagem sistêmica em situações de conflito na família
  • Separação e divórcio. Alienação Parental. Atuação em programa de prevenção. Tratamento a dissolução da sociedade conjugal.
  • Homofobia.
  • Psicologia do crime e do criminoso.
  • Vitimologia: estratégia de diagnóstico, terapêuticas, redes de assistência e famílias de alto risco.
  • Redação e correspondência oficiais: laudo e parecer (psicológicos e psicossociais).
Data / Mês
Horário

10/4/12 (quinta)

19 às 22hs

     11/4/12 (sexta)

19 às 22hs

12//4/12(sábado)

8 às 12 hs
                       Inscrição: R$20,00

                             Valor: R$80,00


Kátia Branco
Direção CPHD NE Ltda
81-3231 0945
81-3221 8480


Blog:
http://cphd-centrodepsicologiahospitalar.blogspot.com/


Emails:
psicologia@cphd.com.br 
kbranco@cphd.com.br
katia.branco@uol.com.br


sábado, 10 de março de 2012

INTERCONSULTA NA ÁREA DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS: RELATO

                                                        Conselho Federal de Psicologia

XV Plenário
Gestão 2011-2013

Interconsulta na área de álcool e outras drogas: Relato de uma esperiência interdisciplinar.

Elaine Rosner Silveira

O Apoio Matricial na área de alcoolismo e drogadição é uma prática nova na cidade de Porto Alegre, somos o primeiro CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial . Álcool e Drogas) da cidade a realizar Interconsulta. Entendemos que o atendimento ao usuário de drogas não acontece somente nos serviços especializados, e a rede básica, muitas vezes é a primeira a ser procurada, é a porta de entrada no SUS (Sistema Único de Saúde), por isso julgamos importante este trabalho de capacitação dos profissionais através da Interconsulta
1. Entendemos, também, que a Interconsulta faz parte do Apoio Matricial, pois suas ações, que incluem discussão de casos, orientação e disponibilidade para auxiliar em intercorrências por telefone, fazem parte do Apoio Matricial proposto nos documentos do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004a, 2004b). Ambos, a Interconsulta, indicada no documento da Secretaria Municipal da Saúde, e o Matriciamento, proposto pelo Ministério da Saúde, têm como eixo central a articulação entre os serviços especializados em saúde mental e a rede básica de saúde
2. Deste modo, neste texto faremos referência à prática de Interconsulta desenvolvida no contexto de um CAPS AD

O CAPS Álcool e Drogas Glória Cruzeiro Cristal realiza Interconsulta com a rede básica desde a sua criação em dezembro de 2007, após ter sido esta pactuada com a Gerência Distrital, a partir daí ocorrendo o encaminhamento e a recepção dos pacientes. Cabe relatar que quando iniciamos essa prática de encaminhamento dos casos da rede básica através da reunião de Interconsulta, combinamos primeiro este fluxo de encaminhamento com a Gerência Distrital, obtendo desta forma o
respaldo institucional para implantar esta rotina.
Somos referência especializada para 25 postos de saúde da região distrital Glória/Cruzeiro/Cristal do município de Porto Alegre/RS: 10 Unidades Sanitárias (US) e 15 ESF’s (Estratégia de Saúde da Família). Esta região tem aproximadamente 150.000 habitantes.

 


O modus operandi

Nossa Interconsulta funciona da seguinte maneira: dividimos os 25 postos de saúde da região de forma que em cada semana participem seis da reunião de Interconsulta no CAPS AD. Assim, em um dia da semana previamente agendado, recebemos um grupo de profissionais de seis postos de saúde para realizar a atividade de Interconsulta. Durante a reunião, os profissionais de cada posto de saúde (clínico geral e/ou enfermeira e/ou agente comunitário) trazem o prontuário de alguns pacientes ou simplesmente relatam alguns casos para discutir com os profissionais do CAPS AD. A reunião dura em torno de duas horas e geralmente é realizada pelo psiquiatra e pelo psicólogo, mas já participaram outros profissionais como assistente social e clínico geral. Utilizamos a internet para relembrar a data das reuniões de Interconsulta enviando e-mail aos profissionais que costumam participar, mas em geral todos os serviços já sabem qual é o dia do mês da sua reunião.
O serviço de Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul em Saúde Mental (PACS/SM) também participou da

Interconsulta durante o ano de 2008, trazendo para discussão os casos que desejava encaminhar ao CAPS. O que propiciava uma troca ainda maior entre serviços de três níveis de complexidade (primário, secundário e terciário) sobre os casos de Álcool e outras Drogas. Desta forma, o CAPS realiza a sua função de regulação da rede. Além disso, serviços da Assistência Social (FASC – Fundação de Assistência Social e Cidadania) também participam eventualmente das reuniões de Interconsulta para
discutir algum caso ou situação.

Entendemos que a Interconsulta deve ser interdisciplinar e por isso há sempre pelo menos dois profissionais de áreas diferentes, para que não se configure em uma discussão que trabalhe questões
relacionadas a apenas um campo de conhecimento.

O psicólogo tem um papel muito importante na Interconsulta, citaremos alguns aspectos relevantes, ele auxilia: 1) na compreensão dos aspectos psicodinâmicos dos conflitos e situações; 2) na orientação aos profissionais sobre a importância de escutarem o usuário e familiares, além de diferenciarem os níveis de gravidade do uso; 3) no auxílio aos profissionais para que estes sejam capazes de ajudar o usuário a identificar os riscos e a modificar algumas rotinas, 4) em ajudar os profissionais a desenvolver estratégias para incentivar o usuário a perceber que é ele quem deve ser o protagonista de sua melhora ou de sua vida e quem tem o poder de mudar sua situação, etc.

Em que consiste...

A Interconsulta consiste em discussão interdisciplinar de casos, avaliação conjunta, formulação de um

Projeto Terapêutico Singular de forma coletiva com a colaboração dos profissionais da rede básica e dos profissionais do CAPS. Além disso, também é um espaço onde os profissionais da rede básica trazem suas angústias relativas ao trabalho – as situações geradas pelo tráfico e seus efeitos, dificuldades no trabalho com a saúde mental e AD, etc -, trocam experiências entre si sobre a organização dos processos de trabalho no posto de saúde, refletem sobre eventuais questões funcionais relativas ao vínculo empregatício, pois os profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF) são terceirizados e quando, eventualmente, há mudança de contratante isso ocasiona insegurança nos trabalhadores, e outras questões. Ou seja, a reunião tem por objetivo principalmente pensar o atendimento ao caso e às situações na área de Álcool e outras Drogas, mas também são discutidos outros temas configurandose, então, em um espaço que possibilita cuidar do cuidador, através do acolhimento das demandas dos profissionais em relação às dificuldades em seu trabalho. Isso acontece por entendermos que acolher e escutar as angústias do trabalhador em relação ao seu atendimento ao alcoolismo e drogadição ou em
relação à organização do trabalho, tem efeitos sobre o seu acolhimento e escuta ao usuário do SUS.
Eventualmente, a pedido dos profissionais da rede básica e quando conseguimos tempo para isso, também discutimos casos de usuários com problemas na área de saúde mental e que não fazem uso de álcool e drogas.

Na discussão conjunta dos casos avaliamos cada situação, a indicação do atendimento e os encaminhamentos adequados para estes ou situação singular. Nestas discussões ponderamos se o paciente deve prosseguir em atendimento com a rede básica, se deve ser encaminhado ao CAPS AD ou à emergência de saúde mental (PACS/SM) visando uma internação hospitalar, ou ainda, a uma internação em Comunidade Terapêutica. Nos casos em que indicamos a continuidade de atendimento na rede básica, por exemplo, podemos sugerir a aproximação dos retornos de consultas ou de novas consultas com o clínico geral para acompanhamento mais frequente do caso, visitas domiciliares, escuta mais detalhada para avaliar melhor a situação singular do caso, escuta do familiar, indicação de alternativa complementar para suporte ao usuário e familiares, como a participação em grupos de apoio, no caso Álcoólicos Anônimos (A.A.) ou Narcóticos Anônimos (N.A.) ou Al-Anon e Nar-Anon, estes últimos voltados para os familiares. Também avaliamos outros encaminhamentos para a rede
social de assistência e de lazer, quando necessário.
Embora a reunião seja aberta a participação de qualquer profissional da rede básica os mais frequentes têm sido os clínicos gerais e enfermeiros, e alguns agentes comunitários também têm participado. Sempre participam da Interconsulta dois profissionais do CAPS AD e percebemos que a troca se dá não só conosco, mas também há grande troca dos profissionais da rede básica entre si, compartilhando dificuldades e dando sugestões uns aos outros de encaminhamentos das situações.

De seus objetivos e resultados
Entendemos que a Interconsulta visa:

capacitar profissionais da rede básica a acolherem, avaliarem, tratarem e acompanharem alguns
casos de uso prejudicial de álcool ou outras drogas;

1. articular a rede de serviços de saúde da região, no caso serviço especializado e rede básica
possibilitando um fluxo de encaminhamentos não burocratizado;

2. trocar experiências e auxiliar sobre o atendimento aos casos que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas, compartilhando responsabilidades;

3. pensar ações de promoção à saúde e prevenção ao uso prejudicial em AD junto à rede básica.
Como resultados obtidos, podemos afirmar que os profissionais que participam assiduamente da Interconsulta têm qualificado seu atendimento nos casos de AD, possibilitando a estes diversas transformações no cotidiano das ações desenvolvidas na rede básica.

Os profissionais mudaram sua atitude com relação ao usuário de drogas; repensaram seus preconceitos; passaram a identificar e avaliar melhor os casos de AD; passaram a trabalhar em cima dos projetos de vida do usuário; passaram a auxiliar o usuário na motivação ao tratamento ou na construção de sua demanda e não só encaminhá-lo ao serviço especializado com o Documento de Referência sem ajudá-lo na construção da motivação; passaram a acompanhar e tratar alguns casos e com bons resultados a partir da orientação recebida na reunião; passaram a escutar também aos familiares ou acompanhantes; passaram a se envolver mais com os casos, sentindo-se mais seguros para atendêlos, realizar as intervenções, escutar e acolher. Esse processo foi facilitado também devido ao vínculo de confiança que os usuários construíram com os profissionais da rede básica por já conhecê-los de longa data.

Há casos de usuários que querem se tratar com seu médico do posto por causa do seu vínculo e não querem ser encaminhados ao serviço especializado, e nestas situações, quando há indicação, auxiliamos o profissional da rede básica a realizar este atendimento. Ou, quando é necessário encaminhar ao serviço especializado, orientamos o profissional da rede básica sobre a importância da construção da demanda do usuário para poder realizar seu encaminhamento.

Abrimos a possibilidade de que os postos de saúde que participam da reunião de Interconsulta possam encaminhar casos por telefone quando houver urgência e for necessário. Mas não abrimos esta possibilidade aos postos que não participam da Interconsulta para não incentivar uma prática de só encaminhar os casos por telefone sem se envolver e se implicar na discussão e no atendimento aos casos de AD.

Ossos do ofício

Ainda encontramos algumas dificuldades no desenvolvimento das atividades, pois nem todos os 25 postos de saúde da região participam da Interconsulta com frequência. Em 2009, dentre os postos de saúde participantes das atividades de Interconsulta a frequência variou entre 11% a 88% de presença nas reuniões. Cinco postos de saúde não participaram de nenhuma reunião durante o ano. Temos constatado que as ESF’s participam bem mais que as US. Também percebemos que em todos os postos de saúde a participação na Interconsulta, assim como, o próprio atendimento aos casos na
rede básica ainda fica centralizado no profissional médico.

Para aumentar a participação dos postos de saúde estamos realizando um Projeto de Sensibilização na área de Álcool e outras Drogas que consiste em ir até a rede básica para conversar com as equipes de cada posto de saúde sobre as dificuldades com os casos, e também para divulgar o CAPS AD e a
Interconsulta, além de divulgar a pequena rede de atendimento em AD da região distrital.
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Referências:
. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas.
. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde, 2004a.
. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de
Humanização.
. HumanizaSUS: equipe de referência e apoio matricial. Brasília: Ministério da Saúde , 2004b.
. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
. Departamento de Atenção Básica.
. Diretrizes do NASF. Núcleo de Apoio à Saúde da Família.

Alegre: 2005.

terça-feira, 6 de março de 2012

"KEYNESIANISMO VULGAR"



O Economista
Keynes
Recentemente temos observado uma associação indevida entre o “Novo-desenvolvimentismo” – entendido como o conjunto de idéias, instituições e políticas pelas quais os países de renda média tentam alcançar o nível de renda per capita dos países desenvolvidos – com o que poderíamos chamar de “Keynesianismo vulgar”, ou seja, a idéia segundo a qual a ocorrência de déficits fiscais crônicos e crescentes é necessária para a manutenção do “pleno emprego” da força de trabalho.

De acordo com os defensores dessa associação, o “Novo-desenvolvimentismo” seria caracterizado pela adoção de políticas deliberadas no sentido de aumentar o déficit fiscal como forma de promover o emprego, a equidade social e o aumento do padrão de vida da população. Nesse contexto, a defesa da “austeridade fiscal” por parte de alguns economistas que se intitulam “Novo-desenvolvimentista” seria, na verdade, uma confissão de submissão à ortodoxia econômica e ao Neoliberalismo. Além disso,   argumentam os proponentes dessa idéia, a “austeridade fiscal” é, per se, incompatível com a macroeconomia keynesiana, a qual estabelece que os déficits fiscais sejam necessários para a obtenção do pleno-emprego numa economia capitalista.

A miséria do 'novo desenvolvimentismo'
A idéia de que a defesa dos déficits fiscais crônicos e crescentes como forma de proporcionar o pleno emprego da força de trabalho encontra respaldo nos escritos de John Maynard Keynes é totalmente incorreta. Como bem ressaltado por Bradley Bateman num ensaio recente sobre “Keynes e o Keynesianismo” (2006), publicado pela Cambridge University Press, a associação do nome de Keynes com o “populismo fiscal” se deveu a dois economistas liberais, Buchanan e Wagner, num livro publicado em 1976, intitulado “Democracy in déficit: the political legacy of Lord Keynes”. Nesse livro, cujo objetivo era atacar as bases do “Estado do Bem-Estar Social” construído na pós-segunda guerra mundial, os autores fazem uma caricatura das idéias de Keynes, associando as mesmas ao descontrole fiscal, à inflação e ao alto desemprego que se observavam nos países desenvolvidos após o colapso do sistema de Bretton Woods e o primeiro choque do petróleo.

No entanto, como bem ressalta Bradley, Keynes era avesso ao uso indiscriminado de déficits fiscais para estimular a economia. Com efeito, a política fiscal que Keynes preconizava se baseava na separação entre os orçamentos corrente e de capital do governo. O orçamento corrente deveria estar continuamente equilibrado, independente do estado no qual a economia se encontrasse.
O papel de política fiscal anticíclica caberia, portanto, ao orçamento de capital no qual seriam contabilizadas as despesas discricionárias com projetos de investimento e as receitas proporcionadas pelos mesmos. Ao longo de uma sequência de períodos, o orçamento de capital deveria estar equilibrado com as receitas dos projetos de investimento anteriormente realizados cobrindo os novos gastos de investimento, tal como ocorre num “fundo rotativo”. O orçamento de capital poderia, no entanto, apresentar déficits pontuais nos anos em que fosse necessário estimular a economia com gastos adicionais de investimento.

Mais importante do que os déficits pontuais no orçamento de capital, contudo, seria o papel da “socialização do investimento”, ou seja, o aumento da participação do Estado na formação bruta de capital fixo, para a estabilização dos ciclos econômicos. Como Keynes acreditava que os ciclos econômicos eram o resultado das flutuações do investimento causadas pela mudança do “estado de ânimo” dos empresários, a “socialização do   investimento” atuaria no sentido de reduzir a amplitude das flutuações do investimento, contribuindo assim para estabilizar a economia.

O Novo-desenvolvimentismo tem como um de seus fundamentos teóricos a macroeconomia keynesiana. Dessa forma, a estabilização da economia na visão do novo-desenvolvimentismo deve ser feita, tal como para Keynes, pela “socialização do investimento”. Para o Novo-desenvolvimentismo, os déficits fiscais devem ser evitados fundamentalmente porque enfraquecem a capacidade do Estado de conduzir de forma autônoma a política macroeconômica; ou seja, diminuem a sua capacidade de conduzir a política monetária e a política cambial de forma independente dos interesses dos rentistas.
Com efeito, um Estado endividado é um Estado que fica refém dos interesses do sistema financeiro, uma vez que aquele fica dependente do financiamento da dívida pública, a qual é intermediada pelos bancos. Os expoentes do “keynesianismo vulgar” irão rebater essa idéia dizendo que o Estado tem sempre a opção de financiar seus déficits com emissão de moeda, de forma que a existência de déficits públicos per se não é incompatível com a autonomia da política monetária e cambial. O problema é que essa solução é altamente inflacionária, a não ser em períodos nos quais a economia apresente subutilização aguda de capacidade produtiva. Em condições normais de utilização de capacidade, a emissão monetária requerida para o financiamento de déficits públicos da ordem de 2% a 4 % do PIB irá produzir um aumento colossal da demanda agregada, tornando impossível o ajuste da oferta agregada sem aumento considerável da taxa de inflação.

A redução da capacidade do Estado de conduzir de forma autônoma a política macroeconômica é ainda maior quando o endividamento do setor público, além de elevado como proporção do PIB, é fundamentalmente de curto prazo. Esse é precisamente o caso brasileiro. Apesar do tão propalado “ajuste fiscal” que teria sido feito após a implantação do atual tripé de política macroeconômica – metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário – o fato inconteste é que não só o Estado brasileiro continua apresentando elevado déficit operacional (igual a 2,52% do PIB no acumulado em 12 meses até novembro de 2009) como a sua postura financeira é eminentemente Ponzi, uma vez que o superávit primário é insuficiente sequer para pagar os juros referentes à dívida bruta do setor público.
Devido ao prazo reduzido de vencimento da dívida pública, os juros e as amortizações superam em mais de cinco vezes o superávit primário.
Essa elevada fragilidade financeira Minskiana torna o Estado brasileiro extremamente suscetível à mudança de humor dos compradores de títulos públicos, os quais podem, a qualquer momento, sabotar políticas macroeconômicas com as quais não concordem recusando o refinanciamento da dívida pública.
"VOCE DEVE ESTAR SE PERGUNTANDO O QUE PSICOLOGIA TEM A VER COM A ECONOMIA MUNDIAL. TUDO. ELA REFLETE IMEDIATAMENTE NO SEIO DA FAMÍLIA, CAUSANDO DESEMPREGO OU UM DESEQUILÍBRIO MONETÁRIO NOS PAÍSES AFETADOS, ONDE A INSEGURANÇA PESSOAL  E COMUNITÁRIA SE INSTALA." Kátia Branco.

Luiz Carlos Bresser-Pereira, professor emérito da Fundação Getúlio Vargas/São Paulo.

José Luis Oreiro, professor-adjunto do Departamento de Economia da Universidade de Brasília.