1. O nascimento da psicologia
A época é 1830, o século XIX começava a chegar em sua meia-idade, a Revolução Industrial conheciaagora o navio e a locomotiva a vapor criado respectivamente em 1807 e 1814. O mundo do trabalhoconhecia a fábrica e a divisão do trabalho. A burguesia começava a assumir o poder financeiro e com istoinfluir na vida sócio política das nações modernas.Surgem várias correntes de pensamento político como o socialismo utópico defendendo umasociedade igualitária através de reformas pacíficas na área agrária, o socialismo científico criado por Marx e Engels que concebia a história como o resultado de um processo de lutas de classes o sindicalismoque abarcava o controle dos modos de produção pelos trabalhadores o anarquismo que defendia aabolição de qualquer forma de governo e a substituição disto por uma rede de homens livres.
No Brasil, ocorriam múltiplos eventos importantes, a Insurreição de 1824, a Constituição Imperial de1824, A sucessão do trono português de 1828 e em 1831, a abdicação do Imperador Dom Pedro Iniciando no Brasil o início do período regencial que duraria 10 anos.Ocorria na França uma revolução que deporia o rei Carlos X e colocaria no trono Luis Felipe, o “rei- burgês”, esta revolução mobilizou outras revoluções ao redor do globo.
Nesta época, “a Europa já diferia fundamentalmente de todo o resto do mundo porque muito mais alimento por habitante era produzido alido que trezentos anos antes” (ROBERTS, 2001). Em meio a isto, nasce Wilhelm Wundt, um alemão quetornar-se-ia médico e um estudante afoito de fisiologia. “Nessa época, o campo da Psicologia não tinha domínio próprio; seu objeto de estudo pertencia à Filosofia” (DAVIDOFF, 1983).Este médico fisiologista possuía um certo interesse pelos processos mentais e tomou para si a“ambição de (...) estabelecer uma identidade própria para a Psicologia” (DAVIDOFF, 1983). Isto fez com que Wundt na data de 1879, na cidade de Leipzing na Alemanha, criasse para os olhos do mundo o primeiro laboratório de psicologia experimental, “conferindo assim à psicologia o estatuto de ciência plena” (DAVIDOFF, 1983).
A criação do Laboratório de Psicologia Experimental de Wundt deu a Psicologia o estatuto de ciência,antes disso, a Psicologia era um ramo da Filosofia. Enquanto permaneceu dentro da Filosofia, a Psicologia sofreu várias influências do que construía no saber filosófico. Dentre as várias influências que a Psicologia sofreu talvez a mais significativa tenha sido a da subjetividade. Como DAVIDOFF coloca, o“pai” da psicologia, Wundt, demonstrava “intenso interesse pelos processos mentais”. Ou seja, a psicologia já nasce então com a concepção mentalista adquirida de sua mãe a Filosofia, desde seu primórdio enquanto ciência, ela procurou trabalhar com conceitos subjetivos como self, mente e eu.
Esta questão possui raízes profundas no pensamento ocidental. O presente artigo vem com o intuito de discutir as idéias filosóficas referentes à esta questão. Para tanto faz-se necessário compreender de onde nasce toda esta tradição subjetivista (herdada pela Psicologia) e como ela se desenvolveu. E, para isto,necessitamos voltar à Filosofia que é quem fornecerá a base para compreendermos um pouco mais desta tradição assim como as inúmeras influências que elas possuem no nosso campo de conhecimento.
2. A construção do sujeito
“A partir das críticas de Nicolau de Cusa, Giordano Bruno e Galileu Galilei, o século XVII presenciou o declínio do modo de pensar aristotélico (...) emergiu a figura complexa de René Descartes, ao mesmo tempo revolucionário e herdeiro do pensamento grego e medieval. Enquanto a nova física nos transportava do mundo fechado ao universo infinito, Descartes se propunha a investigar os domínio dasubjetividade” (GARCIA-ROSA, 2001).
“A subjetividade foi assim constituída e transformada em referencial central e às vezes exclusivo para o conhecimento e a verdade. A verdade habita a consciência:é o que proclamam racionalistas e empiristas”.(GARCIA-ROSA, 2001).
Temos que compreender o caminho que levou os filósofos a tornarem tão importante assim esta questão. Como o próprio nome já diz, trata-se de uma questão, ou melhor, da formulação de uma pergunta, como já diria G. Miller: “em ciência, pelo menos metade da batalha está ganha quando começamos por formular as perguntas corretas”. A filosofia dos antigos, pensadores que viveram nos séculos VII e IV a.C. baseia-se na pergunta central: o que é o real? Esta pergunta gerou duas correntes básicas de pensadores, os que entendiam a realidade enquanto a phýsis, ou seja, o mundo e os que pensam a realidade como “ o real é oser”, encaminhando assim a filosofia para a metafísica e ontologia.A filosofia moderna produz uma nova questão, eles perguntam-se sobre como é possível o conhecimento do real?
Esta pergunta anuncia o inicio da filosofia moderna, com ela começam a surgir às bases de toda uma tradição subjetivista que alcança hoje aproximadamente 400 anos. O que esta pergunta tem de tão importante? Esta distinção entre as perguntas precisa ser clarificada, pois os modernos postulam uma pergunta baseada no conhecimento , e a partir disto inicía-se um processo de subjetivação do mundo, calcada no conceito de sujeito.
Os antigos perguntam sobre o que é a realidade, e não sobre o como ela chega até nós, que é por se assim dizer a questão moderna. A filosofia antiga considera “o que é e se mostra por si mesmo (GHIRALDELLI, 2003) e a moderna” o que é posto por outro“(GHIRALDELLI, 2003). Os antigos querem desvendar a verdade, os modernos procuram ter certeza da verdade, pois para os modernos, o que importa é este sentimento subjetivo de certeza”.A Antigüidade se diferencia da modernidade no momento em que o foco da discussão muda do real, ou do mundo, para o como conhecemos este mundo.
O que os modernos colocam em pauta é que seja o mundo o que ele for, existe um sujeito quem irá percebê-lo, assim não se pode simplesmente dizer o que é o real sem que esta resposta passe por um sujeito antes, e se é assim, precisamos saber como este conhecimento do real chega até este sujeito, ou seja, como poderemos conhecer o real. Os pensadores modernos irão compreender o existente como o que é representado, posto por outro. Então se coloca entre o conhecimento e o real uma nova entidade, o sujeito, ou mais precisamente, a subjetividade.
A verdade,eterna pergunta dos filósofos, será apresentada apenas pelo sentimento de evidência, a certeza. Ao obtermos certeza, possuímos verdade, e a certeza por sua vez é um sentimento subjetivo, logo o artista principal dos filósofos modernos passa a ser o sujeito. Torna-se então, o homem, o sujeito, o crivo da realidade, o juiz da verdade. Inicía-se a metafísica da subjetividade , a verdade antes de acontecer deve passar pelo sujeito, pois somente ele possui este sentimento de certeza.
O mundo então acontece diante do sujeito, nele e para ele. Inicía-se então um esforço para criar um modelo de sujeito o qual suportasse a compreensão da realidade, apreensão da realidade e apresentação dela ao mundo, ou melhor, reapresenta-la ao mundo. A filosofia então se engaja neste processo de subjetivação do mundo, através da criação de um sujeito racional qual possui uma concepção do mundo, ela possibilita a este “ser”,apreender, como dito acima e reapresentar o mundo através do seu sentimento de certeza,compreendido então como o método único pelo qual podemos conhecer o real.Descartes (1596 – 1650) é quem dá por se assim dizer, inicio nesta jornada. Ele começará sua busca através de sua desconfiança dos sentidos .
O final do século XVI e o inicio do século XVII marcam grandes transformações na antiga Europa Medieval. A Igreja perde sua exclusividade para os protestantes liderados principalmente por Martinho Lutero (Alemanha), John Wycliff (Inglaterra) e JanHuss (Boêmia) que ousaram desafiar as práticas da Igreja. Os Estados Modernos começam a surgir nesta mesma época e se fixarem enquanto Estados propriamente ditos. A revolução comercial lança os horizontes dos europeus para outros lugares do mundo, aquela economia uma vez fechada e de curto alcance, torna-se muito mais dinâmica e com a necessidade de um alcance global.
A descoberta das Américas modificando o mapa mundi, as colônias, o protecionismo e o intervencionismo estatal surgem como práticas comuns no comércio mostrando que a moeda e os metais agora são importante fonte de renda. Dentro deste cenário, Descartes propõe que possamos criar um modelo totalmente racional, a partir do qual poderíamos conceber as bases sólidas do conhecimento . Ele lança a hipótese do Gênio Maligno, entidade que existiria somente para enganar o ser sobre todas as coisas.
Cabe lembrar que neste momento histórico acontece também o Renascimento, movimento que empreendeu a retomada da cultura clássica e que se caracterizou pela busca da adequação aos novos valores e costumes da burguesia emergente.
O filósofo então mostra que a única certeza que poderia existir então, seria a do pensamento, pois se tal Gênio existisse e permanecesse enganando-o sobre todas as coisas, ele deveria estar pensando sobreestas coisas, logo a única certeza possível seria o pensamento daí o cogito “penso logo existo”. Então, o seria esta essência do cogito , que é sempre real (uma vez que o sujeito para os modernos existe).
Esta é a mensagem de Descartes, o cogito e a certeza que constituem um sujeito epistemológico. Depois de Descartes, entra em cena um outro filósofo que trará para a questão do sujeito, a moralidade: Jean Jacques Rousseau (1712 – 1778). Este autor em sua exploração irá por um caminho diferente do de Descartes, ele irá propor um outro entendimento para a busca da verdade.
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Rousseau |
Rousseau leva o entendimento do sujeito enquanto uma soma de questões morais, a partir disto ele nos mostra sua concepção da busca do conhecimento. Ele diz que se o sujeito é esta soma moral, então o entendimento da verdade passa pelocoração, ou seja, pela subjetividade intima da pessoa.
O autor nos conduz então ao campo do mundo interior, da subjetividade. A verdade então,como passa pelo sujeito (que é moral) e este se encontra na intimidade de seu mundo interior, será apenas alcançada por aqueles que sejam bons de coração. Questões então como bondade, pureza e infância (o homem nasce bom, a sociedade o corrompe) entram em cena como o método para verdade, ou talvez até a condição. Após Rousseau, a filosofia da subjetividade encontra uma pedra no seu caminho. Hume(1711 – 1776) vem para brecar o avanço das concepções de sujeito, da metafísica e da própria subjetividade em si.
O trabalho deste filósofo embora simples, é de uma força imensa e possui desdobramentos muito poderosos. Ele trabalha com a noção (criada por ele) de analítico e sintético. Estas distinções se referem às expressões que são usadas para criar conhecimento, a primeira, se refere a questões que traduzem idéias, a segunda que se traduzem em fatos.
Este trabalho irá demonstrar então que todas as proposições que são estabelecidas ou encontram-se numa categoria ou noutra. Entretanto, o desdobramento disto é que para toda questão proposta existe uma análise do que foi dito para compreender-se o seu valor enquanto conhecimento. Logo, umaquestão analítica por excelência é aquela que é verdadeira a priori , mas que seu conteúdo em si, nadaacaba informando sobre o sujeito sendo assim considerada uma tautologia, ou um non-sense.
As outras questões por sua vez não são necessariamente verdadeiras a priori , mas precisam antes de comprovaçãoempírica. Isto para a metafísica é um ataque quase fulminante, pois o sonho metafísico que é conceber um modelo totalmente racional para descrever o mundo cai por água abaixo quando se entende que as proposições racionais (totalmente racionais) são por si tautologias e nada dizem a respeito de nada e queas únicas questões que podem ser elaboradas são sintéticas as quais precisam de comprovação empírica,no entanto, isto fere a metafísica, pois está situado no plano do sensível, do físico e não da metafísico.
Ele irá ferir a própria noção de “eu”, para ele, “não há nenhuma idéia tal como a de eu”. “O que existe para ele, são as coleções de percepções das mais diferentes ordens, como frio e quente, dor e prazer, escuro e claro, amor e ódio etc. Essas sensações, sentimentos e enfim, experiências ocorrem emum fluxo, não se congelando em nenhum eu” (GHIRALDELLI, 2002).
Com isto, Hume inaugura oconceito de “eu empirista”.Após este ataque maciço ao eu e a metafísica, surge no cenário da filosofia a figura de ImmanuelKant (1724-1804). Este autor é um marco na filosofia e desenvolveu o conceito de sujeito que mais perdurou em termos de tempo na filosofia.
Os mundos de Kant, de Rousseau e Hume são relativamente próximos em termos de datas. Osconflitos nesta época foram muitos e possivelmente influenciaram as idéias destes autores. Nas Américas,o movimento separatista dos EUA toma sua forma enquanto na Europa, a Revolução Francesa começa a“decapitar” o absolutismo da França.
A fisiocracia e o liberalismo econômico surgem como principaisdoutrinas econômicas na Europa (e assim se alastraram pelo mundo). Na Inglaterra começa a Revolução Industrial que transformou o mundo tanto no seu modo de pensar como no modo pelo qual negociamos ou tratamos o trabalho. As máquinas começam a assumir olugar de humanos no trabalho pela primeira vez, as cidades se inflam com pessoas e os campos seesvaziam.
No Brasil muitas revoluções também assumem espaço para a Independência, a Revolta dosAlfaiates, a Inconfidência Mineira mexem com as bases do Brasil-colônia.Com todas estas transformações ocorrendo no mundo, Kant aparece com uma concepção qual éintrincada e complexa, pois atende a muitas demandas de uma só vez. Ele é preocupado com a moralfrancesa descrita por Rousseau assim como ao pensamento de Descartes e lê também, atentamente, as proposições de Hume. O desejo de Kant é de unir todas as perspectivas, ou seja, atender a todas as suasquestões ao mesmo tempo. Para tanto ele cria uma concepção própria de sujeito. Ele começa seu trabalho discordando da noção de Hume de que todas as questões analíticas são verdadeiras a priori. Ele evoca a possibilidade de questões sintéticas a priori.
Com isto, Kant diz que existem verdadesindependentemente da observação empírica. Kant irá criar para tanto uma maquinaria para explicar osujeito e seu funcionamento. Ele cria as faculdades de sensibilidade, entendimento e razão, posteriormente, ele introduz as noções de número e fenômeno.
Cada uma destas faculdades funciona dentro de um esquema maior e todas elas inter-relacionam-se. Elas estarão unidas pela essência do sujeito Kantiano que ele dá o nome de “ apercepção”, umaespécie de “eu penso contínuo”. A sensibilidade, Kant irá esboçar a seguinte pergunta: como é possível a percepção? Então irá mostrar que existem verdades anteriores à necessidade da percepção ser comprovada pelo empírico. Esta verdade, por exemplo, é a noção de que existem espaço e tempo.
Estes dois elementos existem antes mesmo que nós pensemos se o que estamos querendo perceber está ou nãoestá lá. Kant assim demonstra que existem frases sintéticas a priori e que estas são verdadeiras. E com istoele também mostra que não existe nada fora desta noção de espaço tempo. A percepção é válida.Outra faculdade é a do entendimento. Para ele, o conhecimento é gerado a partir do momento emque os elementos da percepção produzem conceitos especiais, as categorias a partir disto, estas categoriassão submetidos à regras que existem a priori e então gera-se o pensamento que baseia-se nestefuncionamento.
A última faculdade que ele atribui é a razão . Esta produz conceitos puros, sem anecessidade do empírico. Mesmo que para Kant, o conhecimento só exista em termos de verdadeempírica, ele usa a razão para mostrar sua razão de ser dentro de sua maquinaria. Para ele, a função darazão é a de estacar e direcionar o funcionamento do entendimento. São ilusões necessárias comoKant coloca. Estas idéias então auxiliam o sujeito a poder “aplicar” o entendimento.
Elas regulam a aplicação do entendimento sobre as intuições, sobre o que é percebido. Ao final então, Kant propõe anoção de fenômeno o qual é o que é possível de se conhecer; o que vai ser transformado emconhecimento e será mostrado por uma subjetividade novamente ao mundo.O número, outra noção que Kant inaugura é a coisa-em-si, algo que não depende do sujeito, quenão está a sua mercê. É o mundo como um elemento (GHIRALDELLI, 2002).
Para ele esta é a parte positiva do número. A negativa é a parte da razão. Para Kant, a parte da razão significa que oentendimento virou-se somente para a razão e tentará então criar conceito como Deus, Alma e Substância.Quando o entendimento guia-se positivamente com o número ele volta-se para o real, quandonegativamente, volta-se para a criação de conceitos.Entretanto, o trabalho de Kant não para na criação da maquinaria de funcionamento do sujeito.
Ele ainda trabalha com a noção de moral, atendendo às questões dos filósofos franceses. Em linhas breves, para Kant, a moral ocidental, baseia-se na noção cristã de existir um certo, um errado e na questão do ser nascer no errado e ter de trilhar um árduo caminho até o certo guiando-se pelas instituições querepresentam o certo que se deve seguir.O senso de intenção e dever são trabalhados por Kant, mostrando que para nós ocidentais, a moralestá fincada numa questão de obediência, ou como ele coloca, moral da obediência. Entretanto, anoção que Kant procura estabelecer é a noção de uma moral universalizada. Para ele o que torna um atomoral ou não é a lógica que ele implica para a humanidade como um todo.
Kant propõe o que ele chama de “ pura razão prática”, para Kant a razão propicia princípios que fazem com que o dever e a intençãosejam usados segundo uma outra metodologia que não a cristã. Em Kant, estes conceitos são usados comlivre-arbítrio, sem liberdade não já ato moral em Kant.Então a questão da moral se finda com uma proposta de que os atos morais sejamuniversalizados através de uma lógica, a qual propicia para a humanidade como um todo um método paraagir e sobreviver. Além disto, são princípios que não geram autocontradição sendo assim verdades para ahumanidade.
O trabalho de Kant propõe a lógica finita, humana, limitada pela razão de um lado e pelomundo em si de outro, esta lógica é desafiada por Hegel (1770-1831). Este filósofo irá trabalhar com umconceito diferente do de Kant.
O sujeito moral e epistemológico de Kant não entra nas descrições de Hegel. Ele trabalha com a noção de uma razão infinita, de racionalidade do universo.Hegel comenta que as explicações que a filosofia metafísica se propõe a dar devem ser entendidas sobre a ótica da racionalidade. E o que é isto? Para ele, consiste em estar dando razões e nãocausas como geralmente a filosofia se propunha. Para Hegel, ao nos perguntarmos sobre qual a causa douniverso, procuramos antes uma causa a partir da qual todos os efeitos surgem, ao invés de uma razão pela qual os fenômenos acontecem. Então Hegel conceitua uma racionalidade dialética e conceitua ouniverso como um Grande Pensamento.Para ele então não existe fato que não possa ser conhecido, pois Hegel mostra que como tudoé uma lógica, uma racionalidade, o Saber e o Pensamento não diferem do Ser. Ele coloca que embora o objeto tenha que ser conhecido pelo ser, o próprio objeto é o ser e isto é idêntico ao conhecer, pois ambossão aspectos da mesma realidade.Ele então irá estabelecer uma noção de dialética onde colocará três elementos, a saber: Idéia,Espírito e Natureza . Estes três elementos irão relacionar-se dialeticamente um na continuação do outro sendo que um é a essência do outro e através desta lógica o universo se move para seguir em seu curso.
A partir do momento em que Hegel estabelece esta noção de semelhança entre os conceitos, ele destrói comnoção kantiana do incognoscível mostrando que tudo no universo pode ser conhecido a partir de sualógica de ser.Estes autores todos, Descartes, Rousseau, Hume, Kant e Hegel estabelecem várias concepçõesde sujeito com o intuito de mostrar como o real é conhecido. Eles estabelecem então, em resumo quatrosujeitos: o “eu” de Descartes que é a identidade formada nas vivências psíquicas; a pessoa de Rousseauque é a consciência moral; o cidadão kantiano que é a consciência política e o sujeito epistemológico queé a consciência intelectual.
3. A crítica em relação ao sujeito
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Darwin |
Após Hegel, as noções de sujeito irão sofrer um forte ataque por parte de muitos pensadores. Estesirão questionar as concepções em das mais variadas formas. Os primeiros a questionarem o sujeito foram Darwin, Marx e Freud. Estes autores trabalharão com conceitos como a consciência, a procedência divinado homem versus o evolucionismo e sobre o controle que o homem possui sobre si.
Darwin (1809 – 1882) através de seus estudos sobre a evolução das espécies, começa a mostrar que o homem, ao contrário do que se pensava não é um ente à parte dos outros animais “sem consciência” massim um elo numa longa cadeia evolucionária.
Depois dele, vem Marx (1818 – 1883) introduzindo oconceito de ideologia mostrando que o tal sujeito autoconsciente e dominador, dentro de uma culturacapitalista é na verdade o objeto da história, sendo o capital o seu sujeito. Então surge Freud (1856 – 1939) mostrando que o homem não se guia livre com sua consciência dominadora e onipotente, mas queele possui mais dois “eus” dentro dele, um infra eu e um super eu.
O homem, entretanto, seria governado por este infra eu o qual não estaria monitorado pela sua vontade.
O golpe final ao subjetivismo e, portanto as concepções do sujeito serão dadas por um filósofo chamado Friedrich Nietzsche (1944 – 1990). Ele irá criticar o sujeito e a metafísica e, junto comWittgenstein, irão destruir com a filosofia moderna e dar os arcabouços para a filosofia contemporânea.É época da Segunda Guerra Mundial, O nazismo havia mostrado sua força ao mundo, os EUA se ergueram fortemente com as conseqüências do pós-guerra.
A Europa começava sua reestruturação enascia a guerra fria.A Ásia e a África já não mais eram colônias e começavam a traçar seus caminhos independentes. A busca pelo espaço iniciava-se, o poder atômico assolava o mundo numa corrida armamentista e na possibilidade de um fim-do-mundo provocado pelo aperto de um botão.
A música começava a criar novastendências como o rock and roll, o punk rock e outros como o heavy-metal. A arte pós-moderna traçavalinhas curvas para falar sobre a incerteza do mundo.
Posteriormente nasceria o computador, os sistemas digitais e a televisão que encurtariam as distânciasentre os pontos mais afastados, a revolução sexual dos hippies e a invenção da pílula mostrariam aomundo que os controles antigos não mais serviriam e a AIDS e outras pestes modernas alertaram-nossobre os perigos a enfrentar. A engenharia genética tomou forma e o homem começou a querer brincar de Deus.Com o mundo inundado de tantas inovações, o trabalho de Nietzsche começa com uma simples pergunta: “por que sempre a verdade?” A qual iria derrubar um edifício de quase 400 anos de idadeconstruído sobre a noção de que o que importa à Filosofia é a verdade. Esta pergunta, entretanto nãodeseja referir-se ao o que é verdade, mas sim o porque da busca por ela. Isto é muito importante, pois a partir disto Nietzsche inicia a sua desestruturação da metafísica e do sujeito modernos.
O autor irá questionar os desejos desta busca pela verdade. Mostrando que através da verdade, o homemmoderno vive vivendo da vida , ou seja, o filósofo iria afastar o homem da vida preocupando-se somentecom a verdade. A vida, segundo Nietzsche não é somente o verdadeiro, mas também o falso.
Também diz que não somente o bem existe, mas o mal, assim como o certo e o errado existem ao mesmo tempo.Entretanto, para o autor, a filosofia não aceita tal concepção e procura então fugir da vida tal como ela é,algo menos controlável e previsível que eles pensam.Logo, a filosofia preocupa-se com a verdade por ser esta a propiciadora de um profundo confortometafísico , espiritual, para o sujeito que segundo o Humanismo, existe e é o único que pode realmenteconhecer a verdade.
A pergunta inicial de Nietzsche então é uma crítica a busca da verdade, pois ela seria,somente busca de conforto espiritual.A filosofia garante que a certeza é o aval da verdade, e que esta, é dada pelo sujeito, pelasubjetividade. A proposta de Friedrich Nietzsche é que desconfiemos da subjetividade .
Porque? Pois para o autor, o homem feliz vive a vida e ama vivê-la , ele é capaz de transcender sua condição humana e nãonecessita desta busca desenfreada pelo conforto espiritual.Esta desconfiança da subjetividade inicia-se quando Nietzsche mostra o sujeito como uma ficção. Umaficção gramatical. Ela mostra que o homem na medida em que começa a sair do seu papel guerreiro ecaçador e começa a viver em paz, torna a utilizar-se da linguagem. Na linguagem, existe a partícula do sujeito o qual existe para desempenhar uma ação. Para ele, este sujeito gramatical acaba por ganhar vida,uma ontologização do sujeito gramatical.
A idéia do niilismo, da fuga da vida entra em cena para explicar esta passagem.A idéia é que a ontologização do sujeito torna-se possível a partir do momento em que se aceita umsujeito livre (conceito de liberdade), autônomo capaz de escolher, optar pelo que deseja ser. Aqui seinsere a questão da moral. Ora Nietzsche propõe a moral dos fortes e dos fracos . Os primeiro seriamaqueles que vivem a vida enquanto os segundos vivem por meio de ardis e engodos, negando a vida.
A partir disto, segundo Nietzsche, os fracos tomam o sujeito gramatical e inserem-no no meio da vida,eles dão vida aquele sujeito. Esta vida é dada a partir do momento no qual o fraco mostra sua moral, baseado no par bom - mau. Para eles, os bons são aqueles que como os fracos, negam a vida e vivem a partir dos conceitos do sujeito, da moralidade plebéia. Os Maus seriam aqueles que vivem a vida e são
cruéis, pois a vivem como ele realmente é, sem partir para a moralidade plebéia. O forte é diferente ele baseia-se no par bom - ruim. Qual a diferença? O par bom - ruim não julga moralmente os atos, ele julgao que acontece em termos de funcional ou não funcional para o ser. Ou seja, algo ruim não é mau, ésimplesmente não funcional.
Nietzsche usa o exemplo dos lobos e das ovelhas para elucidar tal fato. O lobo adora ovelhas, eleadora-as tanto que deseja comê-las. O cinismo nesta fala, entretanto, não existe, pois o lobo utiliza-se degostar da única forma que ele pode de sua forma existencial e natural.As ovelhas, entretanto, dizem “não!” Você é um sujeito e poderia assim como nós optar entre ser bom ou mau, pode se autodeterminar e ser bom e piedoso. O lobo comenta que não compreende num primeiro momento o que as ovelhas querem dizer com ser um sujeito, pois isto não existe para ele.Entretanto, com o passar do tempo ele cai numa armadilha, pois a própria linguagem que ele utiliza-se possui um sujeito o que começa a “pesar” para o lobo e este passa a se sentir culpado.
Culpado por não ter poupado as ovelhas e tê-las comido, por não ser um sujeito “bom”. Neste momento ele adquire a má consciência sente culpa e favorece o engodo das ovelhas.
Para Nietzsche, neste momento a vida perde e o niilismo avança, e o sujeito fortalece-se. A crítica deFriedrich Nietzsche então mostra através de uma crítica a pergunta da filosofia sobre a verdade, é importante mostrar o que esta pergunta é importante, pois é a partir dela que a noção de sujeito começa anascer. Então uma vez que ele mostra as noções morais e gramaticais que envolvem a questão da verdade,ele engloba como se pode perceber a noção do sujeito.
O que Nietzsche desmonta não é somente a noção de sujeito, mas sim o argumento do sujeito, a lógicadesta entidade. Para ele não existe a necessidade de existir uma entidade chamada “sujeito” para que o ser humano possa conhecer a vida, e não somente a verdade como propõe a filosofia. Para ele a vida é maisimportante do que a verdade, pois ela engloba muito mais fatos do que a verdade.
4. A filosofia na psicologia
Como já dito anteriormente, durante todo o tempo em que Descartes, Hume, Hegel, Kant e muitosoutros autores trabalhavam o conceito de sujeito, a Psicologia não era ainda, uma ciência em separado da Filosofia. Logo, esta assim chamada filosofia da metafísica, influenciou profundamente o modo de pensar da psicologia.
Assim sendo é importante mostrarmos o como estes 400 anos de construção de umanoção de sujeito influenciaram uma ciência que acabava de nascer e começava a engatinhar no cenáriomundial em finais de 1800. Pensa-se então em mostrar o como uma das principais Escolas do pensar psicológico foi influenciada pela tradição do sujeito assim como outras foram influenciadas pelas críticasde Nietzsche.
A Psicanálise de Freud, por exemplo. Esta Escola do Pensar Psicológico possui influências destasnoções. É uma escola que merece um entendimento diferenciado pela concepção de sujeito que apresenta,mas ainda assim é um bom exemplo das tradições do sujeito dentro do campo da Psicologia.
O ponto fundamental é o inconsciente, o que por definição ataca o sujeito moderno, mas ainda assim não o negaem sua totalidade. Para Descartes, “penso logo existo” na psicanálise, “penso onde não sou, portanto sou onde não me penso”.Isto tudo inverte o foco do sujeito, numa concebido por ser um sujeito consciente de si e potente frente às suas decisões, ou seja que possui controle pleno de si. Noutra, este sujeito vai para oinconsciente, ou seja, ele é no que ele não controla, no que ele não planeja, tal função é atribuída ao inconsciente.
Neste ponto ele distancia-se do sujeito criado pela filosofia moderna, entretanto, o principalda filosofia ainda reside na concepção psicanalítica que é a questão da subjetividade. Se voltarmos naquestão dos modernos, a principal é a subjetividade. E veja que ainda o sujeito em Freud não deixa deexistir, o que ocorre é apenas uma mudança de foco do consciente para o inconsciente, mas o sujeitoainda existe, a subjetividade ainda existe.
Assim, podemos perceber mesmo na psicanálise que é um ataque e uma ferida profunda no pensar ocidental, nas palavras de GARCIA-ROZA “o próprio Freud apontou a psicanálise como a terceiragrande ferida narcísica sofrida pelo saber ocidental ao produzir um descentramento da razão e daconsciência”, mas ainda assim, considerando um sujeito enquanto uma instância que existe, assim como oinconsciente, uma instância como é colocado nesta ciência.
O fato de que o sujeito não existe naconsciência, mas sim no inconsciente, mostra que a psicanálise freudiana, na verdade, aprofunda ametafísica do sujeito e o leva à um outro lugar que não a racionalidade consciente proposta por Descartese os outros modernos, mas sim, para a racionalidade e a lógica do inconsciente.
Por este fato é importantemostrarmos novamente que a psicanálise não é uma escola que adota diretamente os conceitos da filosofiamoderna, mas acredita nos mesmos de uma forma diferente. Assim como a psicanálise, muitas outrasescolas (muitas delas derivantes dos conceitos psicanalíticos) utilizam-se das idéias dos pensadores modernos à respeito do sujeito.Em oposição a esta Escola de pensamento, surge no campo da Psicologia a figura de John Watson(1878 – 1958).
Ele irá lançar a proposta Behaviorista para a Psicologia em 1912. Para ele, “a única contribuição da psicologia introspectiva foi à afirmação de que os estados mentais são constituídos devários milhares de unidades irredutíveis, como o vermelho, o verde, a frescura, o calor e semelhantes (...)Haja dez ou cem mil sensações irredutíveis (mesmo admitindo a sua existência) (...) pouco importa para esse corpo organizado de dados de alcance mundial a que chamamos de ciência” (DAVIDOFF, 1983).
O mundo deste pensador é um mundo envolto por grandes guerras mundiais, profundas reflexões arespeito da natureza do homem (e se esta realmente existe) e de discussões políticas “bem temperadas”.Segue-se o relato da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) ocorrida na Europa e que devastou suaestrutura. Revoluções na Rússia fazendo ruir o Edifício do Czarismo, o mundo observa a ascensão dosEUA, a Rússia assumir os ideais socialistas e na figura de Stalin assumir um governo diferente.
A Crise de 29 acaba com a economia americana e quase leva o país à falência.Os regimes totalitários na Itália coma forte figura de Benito Mussolini e na Alemanha com a liderança de Adolph Hitler mostram ao mundo o prenúncio da Segunda Guerra Mundial.Este discurso Behaviorista irá contra todo o discurso das outras linhas de psicologia. Seguindo asrevoluções que ocorriam no mundo, ele tentará trazer a psicologia para fora da subjetividade (causando uma grande revolução nesta ciência).
Para ele não se podiam realizar testes tendo como base sereshumanos com a metodologia da introspecção, pois os resultados dependeriam das idiossincrasias de cadaum, o que não conferiria à Psicologia um status de ciência.As idéias de Watson foram as bases do Behaviorismo que teve na figura de Skinner, o seu radicalismo.Este autor vai lançar o movimento do Behaviorismo Radical que será abordado neste artigo para mostrar as influências da filosofia crítica de Nietzsche à Psicologia.
Nesta visão, “o homem não é visto comoagente, como ser ativo, capaz de imprimir direção à suas ações, a sua vida. Isto é, que o homem não évisto como sujeito. Ao contrário, seria ele objeto do controle do ambiente, receptáculo de influências, passivo, mero reflexo de determinações externas e alheias a ele” (MICHELETTO, 19XX). Estas idéiascolocadas assim de forma simples e direta mostram já no seu enunciado o grande distanciamento entre asidéias skinnerianas e as freudianas, por exemplo.
O trabalho aqui é focado na crítica que Nietzsche trazquando ele afirma que o sujeito é somente uma ficção.Skinner então toma isto como se o tal sujeito não existisse. Assim, como coloca Baum (19XX), “os behavioristas agridem ao deixar de fora outra força oculta: o poder das pessoas governarem seu própriocomportamento”. Note que a diferença entre a psicanálise e o behaviorismo é que a primeira ainda crênum sujeito que controla a vida, mesmo sendo este inconsciente; a segunda não crê em tal sujeito. É afilosofia de Nietzsche levada para a psicologia.
O ponto fundamental para compreendermos o que torna o behaviorismo tão mais revolucionário é a sua relação com a subjetividade. Já Watson coloca num de seuslivros o problema com a introspecção e com a então subjetividade. Assim, ele coloca o behaviorismonascente num outro patamar que a psicologia como um todo não compreendia, como coloca Baum(19XX) “a idéia do behaviorismo é simples de ser formulada: é possível uma ciência do comportamento”.
Coloca em outro momento também: “guiado pela psicologia objetiva, Watson articuloua crescente insatisfação dos psicólogos com a introspecção e a analogia como métodos”.Estas críticas apontam a característica dos behavioristas, a não aceitação dos conceitos subjetivos,assim um behaviorista não compreende mente, self, eu, como compreendem as outras linhas de pensamento guiadas pela filosofia moderna por mais próximas ou distantes que possam estar.
“O behaviorista radical nega a existência da mente, mas aceita estudar eventos internos”. Esta é a forma queo behaviorismo dá para estudar fenômenos conhecidos como amor, paixão, raiva, medo, percepção dentrooutros, com o prisma de que são comportamentos e não forças internas ou instâncias subjetivas.
Assim pode-se compreender que o behaviorismo compreende o homem como animal e não comosujeito. Esta proposta mostra como está, esta ciência, próxima da filosofia crítica de Nietzsche. E estafilosofia mostra suas marcas no discurso behaviorista nos momentos em que eles negam o subjetivo, nãorecaindo para um objetivismo, mas sim para uma fenomenologia, uma descrição de fatos em contra partida de uma explicação do ser humano por abstrações metafísicas.'' O importante de compreender, oobjetivo deste artigo é mostrar assim, o como as diferenças de concepções filosóficas que cercam osautores de psicologia abrem caminhos tão diferentes para as abordagens de ser humano que elesconstituem.
Trilhar o caminho da filosofia moderna apenas foi uma decisão pela importância enorme queeste conceito possui dentro da psicologia e com ele a subjetividade, poderíamos adentrar dentro da filosofia antiga e tirar muitas outras influências, “a psicanálise não é cartesiana (...) isso não significaafirmar que ela não é platônica” (GARCIA-ROZA, 2001).
5. Conclusão
A Psicologia possui uma longa história até o momento em que se torna uma ciência plena. Este percurso possui várias influências que colaboraram para que este ciência fosse o que é hoje. Tomandoeste ponto de vista não se pode permitir que uma influência tão forte quanto à da Filosofia seja ignoradaou mascarada. Assim sendo é importante pontuar que o subjetivismo e o materialismo são correntes de pensamento que não nasceram da psicologia, mas que foram tomadas por ela para tentar de uma forma oude outra, compreender os processos humanos (sejam eles mentais ou comportamentais). Todas asciências possuem em sua construção uma visão de homem, ou do problema que desejam investigar com aPsicologia não é diferente e, embora tenhamos divergências (internas e externas) com relação a este problema, cabe ao profissional de Psicologia compreender as raízes de seu pensamento para que possaquestionar-se sobre o trabalho que está desenvolvendo.
Em outras palavras, saber das influências que o nosso “pensar psicológico” sofre é saber o porque pensamos da maneira que pensamos, assim sendo podemos ter uma visão mais clara e objetiva do porquetratamos um cliente de uma forma ou de outra, sempre lembrando que não importa a Linha ou EscolaPsicológica que sigamos, ainda assim, tratamos de seres humanos.
Este artigo teve a intenção então de expor da maneira mais clara possível o como as concepções de sujeito se formaram e qual a crítica a elas,no que consiste a idéia do sujeito e no que consiste a crítica formalizada a ela; acreditando que isto propicia ao psicólogo uma visão sobre o que ele protege enquanto sua própria perspectiva de ser humano.