Pela primeira vez, uma cirurgia para desativar a enxaqueca é realizada no Brasil. O procedimento aconteceu no dia 20 de janeiro em Pernambuco, no Hospital dos Servidores do Estado (HSE) pelo médico cirurgião crânio-maxilo-facial Corintho Viana. A técnica cirúrgica é nova no país e utiliza métodos já utilizados nos EUA – pelo Dr Bahaman Guyuron, Professor e Chairman de Cirurgia Plástica da Case Western Reserve University. De acordo com o médico pernambucano, o procedimento foi estabelecido nos EUA no ano de 2000 e desde então tem trazido resultados satisfatórios a médicos e pacientes.
Ainda esperando aprovação do Cremepe para ser realizada em outros hospitais do Estado, Viana confirma os sucessos no tratamento da doença. “A cirurgia é segura e tem poucas complicações O máximo que pode acontecer é o paciente acabar não apresentando melhoras significativas na intensidade ou na frequência das crises de enxaqueca.” Mas não é qualquer paciente que pode ser operado. Para ser submetido à técnica, precisa passar por um processo. O paciente precisa ser portador de enxaqueca crônica e já ter passado por vários tratamentos, principalmente com o neurologista. “Só após tratamentos medicamentosos sem sucesso, fazemos um teste aplicando a toxina botulínica (botox) ou um bloqueio anestésico no consultório. Havendo melhora dos sintomas, o paciente é indicado à cirurgia”, relata. Todo o procedimento dura em torno de 1h30 e, em alguns casos, pode ser realizado apenas com anestesia local.
No mundo, 18% da população feminina e 6% da população masculina mundial sofrem com a enxaqueca. As crises recorrentes podem acompanhar de dores em qualquer lugar da cabeça, inclusive na região dos dentes, dos seios da face e da nuca – que podem ser confundidas muitas vezes com problemas dentários, de sinusite e de coluna.
No caso da primeira paciente operada no Brasil, a professora Terezinha Ferreira Lemos, a enxaqueca afetava a região da nuca - intitulada pelos especialistas de occipital. “Achava que era dor na coluna e nenhum especialista conseguia definir o meu problema. Passava cinco dias em crise”, conta. A professora, que sofria do mal há 20 anos, já pode voltar às atividades do dia a dia, desta vez sem dores. “Já havia passado por vários tratamentos médicos e alternativos, e nada dava jeito. Fui informada desta nova técnica cirúrgica e não pensei duas vezes”.
Fone: (81) – 3183-4700
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